sábado, 7 de março de 2015

Será que eles eram mesmo vilões?

Após um bom tempo longe do blog, finalmente tive uma ideia genial pra um artigo, inspirada em um momento difícil que estou vivendo em minha vida pessoal.
Sabe aqueles vilões que nós amamos odiar? Então! Será que eles eram mesmo vilões? Até que ponto suas ações eram compreensíveis ou até mesmo justificadas? É o que me proponho a analisar aqui.

Office Girls - Zheng Kai Er (Tia Li)

 
Esse foi o post que fiz no facebook que deu origem a tudo:  https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10203823632532915&set=a.1210610587072.104303.1282970224&type=1&theater
Provavelmente ninguém viu essa série, mas foi graças a ela que tive a ideia pra esse post.
Office Girls conta basicamente a história do filho mimado de um dono de shopping que, após voltar do exterior, é forçado pelo pai a começar de baixo na empresa e não pode contar a ninguém quem é realmente. Ele é o típico riquinho babaca e machista que só está interessado em brincar com as mulheres. E é exatamente isso que transforma a personagem Zheng Kai Er na suposta vilã da história. O protagonista masculino tentou conquistá-la de tudo quanto é jeito e dizia-se apaixonado, mas seu interesse limitava-se à aparência dela. Ela caiu na armadilha e se apaixonou por ele. No entanto, quando isso aconteceu, ele percebeu que na verdade gostava da protagonista feminina desde o princípio. Depois de muito enrolar Kai Er, ele finalmente deu o fora nela, mas não sem magoá-la profundamente. A partir daí, os ciúmes e a raiva ofuscam as qualidades de Kai Er, enquanto ela tenta de todo jeito prejudicar a protagonista e reconquistar o nosso Don Juan. Ela nunca chega a machucar alguém fisicamente, mas suas ações tornam-se cada vez mais perigosas até finalmente ser descoberta, se arrepender e até mesmo se demitir da empresa. Mas afinal? De quem é a culpa por tudo que aconteceu? De Kai Er? Não mesmo. Kai Er tinha uma história de vida muito triste. Apesar de muito bonita e competente, ela era órfã e estudou por um programa de bolsa de estudos oferecido pelo pai do protagonista. Ela chegou a cargos altíssimos na empresa contra tudo e todos, enfrentando fofocas de colegas e seu chefe que a assediava. Pelo meu modo de ver agora, ela está mais para heroína do que a própria protagonista. Podemos tentar dizer que não há culpados na história, mas quem provocou tudo o que aconteceu definitivamente foi o protagonista bonitão e riquinho.

Fated To Love You - Shi Anna (Bianca Bai)
 
 Outro drama taiwanês, porque os taiwaneses são mestres em fazer personagens muito mais complexos e dinâmicos. Há também a versão coreana, mas, como não assisti a ela, não posso comentar. No entanto, é fácil fazer a associação entre os personagens.
Sejamos sinceros, não existe vilão em Fated To Love You, não é mesmo? O mais próximo disso é Shi Anna, simplesmente porque ela atrapalha o casal principal. Mas espera um pouco! Vamos voltar pro início da história? Na verdade, foi a protagonista Chen Xin Yi quem atrapalhou o casal Shi Anna e Ji Cun Xi que, inclusive, tinham planos para se casar. Por causa de um acidente no qual ela e Cun Xi acabam dormindo juntos, resultando em gravidez, eles acabam se casando e se apaixonando durante o processo. Claro que eu jamais torci por Shi Anna, afinal não tinha como com a protagonista sendo interpretada por Chen Qiao En. Mas convenhamos! Ponham-se no lugar de Shi Anna. Imaginem que vocês têm um namorado esperando por vocês em outro país e, de repente, quando você retorna esse cara está casado com uma mulher que ele engravidou! Me digam, por favor, se tem que existir um vilão, quem seria este? Shi Anna, a mulher traída que não fez absolutamente nada de errado, ou Ji Cun Xi que engravidou outra mesmo que por acidente? Mesmo assim, Shi Anna jamais tentou realmente prejudicar a protagonista. O máximo que ela fez foi lutar por seu homem e inventar que ele não queria o bebê, o que poderia ter sido facilmente resolvido com uma conversa franca entre os protagonistas, o que parece ser inexistente nesses dramas. Infelizmente, isso acabou resultado no acidente e na perda do bebê, mas não foi intencional. Afinal, quem poderia imaginar que a protagonista ficaria plantada no meio da rua discutindo com Ji Cun Xi? E, mais uma vez, temos na "vilã" uma personagem órfã, forte, que luta por seus ideais e no final ainda acaba encontrando seu irmão perdido. Vilã? Nem perto disso.

The Greatest Love - Kang Se Ri (Yoo In Na)

Vamos aos kdramas! Kang Se Ri é a antagonista que costumava ser membro de um grupo feminino junto com a protagonista (Go Ae Jung, interpretada por Gong Hyo Jin). No entanto, o grupo acabou por um desentendimento das duas e, desde então, Kang Se Ri se deu bem na indústria, enquanto a protagonista ficou com a imagem manchada por se envolver em vários escândalos mentirosos.
Diferente das histórias anteriores, aqui em nenhum momento Kang Se Ri desenvolve sentimentos pelo protagonista masculino, mas sim pelo segundo cara principal que, infelizmente, gosta da protagonista até o final da história, o que é frustrante. Mas o real problema entre as duas mulheres principais da trama é de outra natureza. A personalidade de Se Ri realmente não é das melhores, mas  lá no fundo ela é uma pessoa insegura e de bom coração que agia daquele jeito, porque tinha medo de que a verdade sobre o fim do grupo viesse à tona, prejudicando-a. O problema é que apenas Go Ae Jung e uma outra menina sabiam a verdade. Se Ri e Go Ae Jung costumavam ser grandes amigas, mas, por uma série de mal entendidos e ciúmes, Se Ri acaba botando algo na bebida de Go Ae Jung para que ela passasse mal. O problema é que quem acaba bebendo é uma das outras meninas que estava grávida. Sem mais explicações, Go Ae Jung limita-se a dar um tapa em Se Ri bem na hora em que aparecem as câmeras, o que mancha a reputação dela pra sempre. Com o passar da história, Se Ri e Go Ae Jung são obrigadas a recuperar o contato, mas no final acabam se entendendo e voltando a ser amigas. Apesar de o destaque ser para o casal principal, a história dessas duas é bem interessante.

Dream High - Baek Hee (Eun Jung)
Dream High conta a história de jovens aspirantes a artistas que, ao longo do tempo, amadurecem musicalmente e pessoalmente. É uma história light e Baek Hee em nenhum momento é apontada como vilã, mas ela definitivamente é uma antagonista em certas partes da história. De amiga tímida da protagonista (Hye Mi, interpretada por Suzy) ela passa a uma poderosa rival, mas seu complexo de inferioridade em relação à protagonista nunca é realmente superado. Em vez de ela mostrar compaixão pela amiga que sempre a usou, no momento em que ela finalmente consegue se destacar, resolve romper a amizade com a protagonista e humilhá-la da mesma forma que já havia sido humilhada no passado. Claro que a história é construída de forma a simpatizarmos com Hye Mi e ficarmos com raiva de Baek Hee, no entanto alguém pode culpá-la pela forma como reagiu ao finalmente alguém dizer que preferia ela a Hye Mi? Que atire a primeira pedra quem não faria o mesmo? Imagine que você sempre foi feita de gato e sapato pela sua suposta amiga e, finalmente, depois de anos, você tem a chance de dar o troco de alguma forma. Duvido que alguém nesse mundo não daria o troco, nem que fosse apenas dando uma lição de moral. Mas não acaba por aí! Pra piorar a história, o cara por quem Baek Hee é apaixonada gosta da protagonista e obviamente ela faz de tudo pra ficar com ele. Apesar de tudo, Dream High é uma história que tenta nos passar várias lições, por isso é claro que Baek Hee se redime e faz as pazes com Hye Mi e todos ficam felizes (ou quase todos, dependendo do ponto de vista).

City Hunter - Lee Jin Pyo (Kim Sang Joong)
Quando entramos nos dramas de ação, é sempre óbvio que aparecerão personagens bem mais complexos e é esse o caso de Lee Jin Pyo. Se fôssemos apontar vilões, talvez devêssemos falar nos 5 políticos que levaram à morte do pai do protagonista, mas individualmente eles não têm muita importância. Lee Jin Pyo é um personagem de bom caráter que se deixou transformar em traficante de drogas e assassino por traumas do passado. No entanto, alguém pode culpá-lo? Quando aqueles que deveriam ser heróis da Coreia são mortos pelo próprio governo a sangue frio e apenas ele escapa, o que mais se poderia esperar que acontecesse com ele? Apenas a sede de vingança o manteve com vontade de continuar vivendo. Ele sequestra o filho de seu amigo e o transforma no City Hunter, uma espécie de vigilante. O City Hunter (Lee Min Ho) faz justiça com suas próprias mãos, mas quando este garoto sente-se incapaz de matar os políticos de quem Lee Jin Pyo quer se vingar e apenas resolve provar seus esquemas de corrupção, Jin Pyo resolve entrar em ação e fazer aquilo que ele julga que seja realmente justiça e vingança: matar. Mas no momento em que ele faz isso, perde a razão e não preciso dizer que não dá muito certo. Pra bom entendedor, uma palavra basta: carma. Aqui, ao contrário das personagens citadas anteriormente, temos um personagem cujas ações são compreensíveis, mas não justificáveis. Não importa o quanto ele tenha sofrido, jamais deveria ter matado alguém. A vingança do personagem do Lee Min Ho (levá-los à justiça por corrupção) era o suficiente.

IRIS 1 e 2 - Baek San (Kim Young Chul)
Qual não é a nossa surpresa ao descobrir em IRIS 2 que o vilão injustificável de IRIS 1 talvez não seja tão vilão assim? Enquanto o destaque da trama de IRIS 2 vai para os personagens norte-coreanos, Baek San foi o único sul-coreano que nos surpreendeu com sua imprevisível história que, se não justifica suas ações, pelo menos as torna compreensíveis. E nada como um sacrifício para se redimir também, não é mesmo?

Birdie Buddy - Min Hae Ryung (Lee Da Hee)
Apesar de ser a antagonista, a história foca em tantos momentos em Min Hae Ryung que é difícil dizer se a protagonista é Mi Soo (UEE) ou ela. E exatamente por isso eu gostei tanto dessa história. Lembro que na época em que assisti, a personagem de Lee Da Hee me irritava profundamente, mas hoje a compreendo. Treinada para a ser a melhor no golf, ela de repente se vê tendo Mi Soo como rival não apenas no golf mas no amor. Extremamente insegura, Hae Ryung toma muitas atitudes desesperadas, inclusive traindo a própria mãe e virando golfista do grande vilão da história, Jay Park.
Hae Ryung é uma menina mimada e insegura que, com todos os motivos do mundo, achou que ia perder o protagonista masculino e sua carreira no golf e, por isso, tomou atitudes desesperadas e equivocadas. Mas alguém pode culpá-la por isso? Quem nunca agiu por impulso? Mas no final ela até ganha um prêmio, digamos assim. Digamos que cada uma das duas protagonistas ganha um prêmio de consolação e ninguém consegue tudo o que quer. O final é bem diferente do que tenho visto por aí, por isso não vou dar spoiler, porque vale muito a pena conferir. Sério, não é nada previsível!

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