quinta-feira, 31 de maio de 2012

Flores do Oriente (The Flowers of War / Jīn líng shí sān chāi)


Sinopse (minha versão): A história se passa em 1937, quando o Japão invade Nanjing na China. Um agente funerário americano (Christian Bale) encontra refúgio numa igreja, se fazendo passar por padre, e protege as estudantes do local e algumas prostitutas. Juntos eles enfrentam os horrores da guerra e tentam escapar.

Directed by Zhang Yimou
    Christian Bale as John Miller
    Ni Ni as Yu Mo
    Zhang Xinyi as Shu
    Tong Dawei as Major Li
    Atsuro Watabe as Colonel Hasegawa
    Shigeo Kobayashi as Lieutenant Kato
    Cao Kefan as Mr. Meng
    Huang Tianyuan as George Chen
    Han Xiting as Yi
    Zhang Doudou as Ling
    Yuan Yangchunzi as Mosquito
    Sun Jia as Hua
    Li Yuemin as Dou
    Bai Xue as Lan
    Takashi Yamanaka as Lieutenant Asakura
    Paul Schneider as Terry

Antes de mais nada, estou tentando me recompor após me debulhar em lágrimas por mais de 2 horas. Vale lembrar que o filme é do mesmo diretor de Lanternas Vermelhas (1991), o que por si só já garante a excelente qualidade.
O filme já começou bem, pelo menos para mim, porque adoro filmes interraciais e havia chineses, japoneses e americanos presentes. As primeiras cenas são bastante chocantes e violentas, mas cumprem seu papel de retratar os horrores da guerra vividos pelos soldados. Uma das protagonistas, a estudante Shu, narra a história e conta como os chineses estavam despreparados para aquela batalha, inclusive usando tática de escudo humano!! Logo no início, a cidade é sitiada, os chineses derrotados e só sobra um soldado que, diga-se de passagem, é um dos grandes heróis do filme. Altruísta, salva um jovem soldado e as estudantes de serem estupradas e ainda mata dezenas de soldados, antes de encontrar seu destino fatal. Como um homem sozinho conseguiu tudo aquilo? Só em filme mesmo! 
O agente funerário John (Christian Bale) começa como um personagem devasso e ganancioso que, assim como a maioria dos homens em guerra, quer apenas se embebedar e deitar com prostitutas, mas a tentativa de estupro das estudantes por parte dos japoneses desperta algum senso de honra e um instinto paternal nele e, numa cena memorável, ele tenta protegê-las. Christian Bale desempenhou um ótimo papel, embora tenha sido a atriz Ni Ni (Yu Mo) quem roubou a cena.Yu Mo mostrou às meninas do convento que as prostitutas eram pessoas como quaisquer outras, ou até melhores, e nos emocionou milhares de vezes ao longo do filme. Yu Mo é a típica personagem originalmente inocente que, por tragédias da vida, acaba sendo obrigada a seguir um triste e terrível destino. Além disso, ela também salva Christian Bale de não ter com quem conversar, pois é quem fala melhor inglês e a maior parte dos diálogos do ator é com ela. 
Por sinal, Christian Bale é uma espécie de adendo para atrair mais público e agradar ao público ocidental. Vide o cartaz com o nome dele enorme em destaque sem nem mesmo o nome de Ni Ni aparecendo. Mas é óbvio que isso é só um detalhe. A presença de Christian Bale em nada atrapalha ou desmerece o filme, pelo contrário.
No mais, o garoto que cuida da Igreja também tem uma participação crucial, principalmente no final. Nenhuma das meninas do convento tem alguma importância individualmente, com exceção de Shu, que também nem aparece tanto assim. Mas o conjunto delas é crucial, pois é essa inocência delas que desperta os melhores sentimentos nos corações de vários personagens, como John, Yu Mo e as prostitutas, o menino do convento e o soldado do início. Várias pessoas se sacrificam para que elas possam escapar e viver uma nova vida, sem perder sua inocência.
A única coisa que me incomodou foi não saber o que acontece com a prostitutas e o menino no final, embora não precise ser muito esperto para deduzir, *SPOILER* mas eu me recuso a aceitar que todos tenham sido estuprados e morrido e que nem uma única alma tenha escapado. *FIM DO SPOILER*
Como esperado do diretor de Lanternas Vermelhas, a história e também a fotografia são memoráveis.Todos os detalhes foram minuciosamente trabalhados e nos proporcionaram um bom entretenimento. Triste, muito triste, mas excelente.

OBS: O título não foi traduzido ao pé da letra, mas pondo minhas aulas de chinês em prática, eu estava pensando sobre ele:  "Jīn líng shí sān chāi". "Shí san" significa 13, portanto eles omitiram o número 13. Não entendo por que fizeram isso, já que faz todo sentido, embora só vamos entender no final do filme. São 13 flores, 13 heróis que salvam as garotas do convento. Pôr o 13 na tradução não é primordial, mas teria sido interessante, pois quando chegasse ao final, a primeira coisa que o público pensaria seria "ahh, por isso o título". Já com os títulos "Flores da Guerra" ou "Flores do Oriente", o público pode pensar que se refere a todos os personagens do filme que sofreram com a guerra e não apenas aos 13. Mas enfim, não faz muita diferença no final das contas, já que o filme também tem outros heróis além dos 13.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fashion King



Essa semana terminou um dos dramas mais estranhos a que já assisti em toda a minha vida, Fashion King. A história que tinha a premissa de um drama sobre designers e o mundo da moda acabou virando uma história sobre vingança, disputa por poder e psicopatas. Fashion King conseguiu o que nenhuma outra série na história mundial jamais conseguiu: fazer com que degostássemos de quase todos os personagens, inclusive os 4 protagonistas. Apesar disso, a série, que começou bem pacata e entediante, conseguiu nos entreter e conquistar aos poucos.
Quase abandonei esse drama no primeiro episódio, porque foi o pior episódio que já vi. O protagonista masculino (Young Gul) tinha tantos defeitos de caráter que se tornou insuportável. Os outros 3 protagonistas não ficam pra trás. Lee Ga Young parecia ser a típica protagonista inocente e sofredora que nos conquista no primeiro episódio, mas sua personagem foi se tornando indecisa e inconstante. Jae Hyuk, no início, dava pra aturar, porque ele era só um playboy mimado, mas aos poucos ele foi mostrando que na verdade era um psicopata capaz de tudo por poder, pela mulher amada e pra derrotar seus inimigos. Já Choi Anna era extremamente psicótica e obcecada pelos homens na sua vida, primeiro Jae Hyuk e depois Young Gul, mas também fazia de tudo para se dar bem, mesmo que isso significasse trair um deles. Young Gul começou como um playboy pobretão e egoísta que levava uma vida sofrida, mas, depois de começar a se dar bem no mundo da moda, foi levado à loucura pelo dinheiro, o poder e sua sede de vingança. Acho que só pelas descrições ninguém viraria fã de nenhum desses personagens, mas são estes os 4 protagonistas da trama.
Após um primeiro episódio caótico, a série começa a melhorar e nos conquistar aos poucos e lá pelo episódio 8 você provavelmente já estará viciado em Fashion King, por piores que sejam os personagens. 
Obviamente a história tem um quadrado amoroso entre os 4 protagonistas. Jae Hyuk, que era completamente obcecado por Choi Anna, encontra em Lee Ga Young sua nova obsessão. Young Gul gosta de Lee Ga Young, mas não admite por medo de se machucar. Lee Ga Young é completamente apaixonada por Young Gul e nunca dá reais esperanças a Jae Hyuk. E Choi Anna é preterida pelos 2 homens por quem é obcecada.
O grande problema desse drama é que eles esqueceram que a história era sobre jovens designers. Lee Ga Young, que era um prodígio e tinha o sonho de ser uma grande designer, do nada virou alguém que não sabia mais o que queria fazer e que botava questões pontuais acima do seu objetivo final.  No fim das contas, a história foi menos sobre design e mais sobre os podres dos bastidores do mundo da moda, com disputas por poder entre empresas, traições e até assassinatos. E, claro, muito personagem desequilibrado fazendo besteira.
Uma das personagens mais detestáveis da trama é Madame Jo que criou Lee Ga Young aos mesmos moldes da madrasta malvada da Cinderella, depois da morte da mãe de nossa protagonista. A mãe dela era a verdadeira dona da empresa que Madame Jo administra, mas, de alguma forma, Madame Jo conseguiu passá-la para seu nome e Lee Ga Young ficou sem nada. Mais pra frente, Young Gul recupera a loja para Ga Young, chegando a cogitar que Madame Jo possa ter matado a mãe dela, mas esse que poderia ter sido um drama para ser focado nos últimos episódios praticamente não sai do papel. Ela é ameaçada algumas vezes e cede a loja e nunca chega a pagar por todas as maldades que fez. 

*SPOILER BOMBÁSTICO*
Falando em lição de moral, nenhum dos personagens recebe alguma. No fim das contas, Choi Anna parece ter sido bem sucedida, apesar de ter ficado sem os 2 homens, mas ela parece estar melhor assim. Jae Hyuk acaba vencendo Young Gul, que foge pra New York, abandonando mais uma vez aqueles que dependem e gostam dele, porque é isso o que ele mais faz, assim como fizeram com ele. Ga Young, julgando ter sido abandonada, aceita o convite de Jae Hyuk para ir a New York com ele e voltar para a faculdade de moda. Obviamente Jae Hyuk esconde uma carta com uma passagem de avião que Young Gul mandou pra ela e, quando os 2 chegam juntos sorrindo, Young Gul vê tudo e protagoniza uma dramática cena, em que chora, esperneia e joga roupa pra tudo quanto é lado. Young Gul, na verdade, é o único que recebe uma lição por ter criado tantos inimigos ao longo do caminho. Numa cena a la Shakespeare, ele se encontra numa piscina em sua cobertura em New York, vestido com um casaco branco e peludo, simbolizando riqueza, e liga para Lee Ga Young dizendo que sente sua falta. Eis que aparece um homem desconhecido, aponta uma arma para a cabeça dele e dá um tiro certeiro no exato momento em que Lee Ga Young diz "também sinto sua falta".  QUE RAIOS DE FINAL É ESSE? 
Há muitas especulações em torno de quem teria matado Young Gul. O suspeito mais provável é Jae Hyuk que provou ser um psicopata total e, estimulado pelo pai que queria apagar Young Gul da história, poderia ter praticado tal ato. Madame Jo pode ter matado a mãe de Lee Ga Young, o que nunca saberemos, mas é improvável que tenha mandado matar Young Gul, já que ele já estava fora do mundo da moda e ela já tinha perdido a loja. Havia uns gângsters no início da história a quem Young Gul devia dinheiro, mas qualquer dívida que ele tivesse teria sido facilmente quitada com o dinheiro que ele tinha. E, pasmem, muita gente acha que foi Lee Ga Young, porque ela sorri ao falar que sente falta dele logo depois do tiro, como se não tivesse ouvido e seria impossível ela não ter ouvido. Mas a atriz desmentiu dizendo que no script não dizia nada. Mas é óbvio que não vai dizer, né, minha filha! A verdade é que nem os roteiristas sabem quem matou Young Gul. Eles só quiseram fazer um final bombástico e dramático. Mas não tem muito suspense... é bem óbvio que foi o Jae Hyuk que mandou matá-lo pra poder manter a Lee Ga Young com ele. O que seria surpresa é se Ga Young estivesse envolvida. 
*FIM DO SPOILER*

No fim, nenhum dos personagens aprendeu com seus erros. Supostos vilões ou, no mínimo, antagonistas conseguiram se dar bem e os supostos bonzinhos, que de bonzinhos não têm nada, não tiveram um final lá muito feliz. Depois de assistir a isso, fica aquela sensação de final de novela da Globo de que passaram a mensagem "o crime compensa". No mais, foram poucas as cenas que me emocionaram, talvez por eu não me importar com nenhum dos personagens, mas foram muitas as cenas que me deixaram perplexa com aquela cara de "que raios é isso?" .

Onde assistir: http://dramacrazy.net
http://viki.com
http://mysoju.com
http://dramafever.com

quarta-feira, 16 de maio de 2012

My Black Mini Dress

Sinopse: My Black Mini Dress é uma história sobre 4 amigas de 24 anos que acabaram de se formar na faculdade. Yoo-min ainda não sabe o que quer fazer, mas de alguma maneira consegue um trabalho como escritora de apoio. Hye Ji está ocupada se divertindo e vivendo a vida como alguém da alta sociedade, mas acaba sendo descoberta um dia e se torna uma celebridade. Soo-Jin é a que tem mais inveja de Hye-Ji, pois, apesar de tentar muito, não consegue se tornar atriz. Min-hee tem pais ricos e vive sem preocupações, porém seus pais estão se divorciando e ela agora quer estudar fora do país.

Elenco: Yoon Eun-hye (Yoo Min)
Park Han-byeol (Hye Ji)
Cha Ye-ryeon (Soo Jin)
Yoo In-na (Min Hee)
Dong Ho
Lee Yong-woo

     Esse é um daqueles filmes que todo mundo que acabou de sair da faculdade deveria assistir. Basicamente retrata as dúvidas, indecisões e frustrações pós-faculdade por que todos passamos. E agora, o que fazer? Arranjar um emprego? Estudar no exterior? Fazer um mestrado? Uma nova faculdade? Ao mesmo tempo, você se afasta cada vez mais dos seus amigos, pois cada um segue um rumo diferente. Sempre tem aquela pessoa que tira a sorte grande, se destaca mais do que as outras no ramo profissional e é invejada por todos. Também há aquela pessoa perdida que não faz nem ideia do que vai fazer. Ou a desempregada que, por mais que tente e até saiba o que quer, não consegue arranjar nada. E a que vai fazer um mestrado ou porque quer se especializar ou porque simplesmente não tem perspectiva alguma. Essas típicas personagens da vida real são também as 4 protagonistas dessa trama.

        O filme, como não poderia ser diferente, tem início na cerimônia de graduação da faculdade de artes cênicas e uma festa pós-colação. As 4 garotas de 24 anos estão atônitas e só o que querem é festejar o início de uma nova vida, mas elas não imaginam que terminar a faculdade não traz felicidade. Dez meses depois, ainda estão perdidas, acabadas e só pensam em festas e compras. Entretanto, a falta de dinheiro começa a fazer diferença, menos para Min Hee, cujos pais são ricos. Yoo Min acaba aceitando um emprego de roteirista de apoio, Min Hee resolve que quer estudar no exterior, quando seus pais se divorciarem, e começa a estudar inglês. Soo Jin está falida e não é talentosa o suficiente, não conseguindo nem papel pequeno para as piores peças, mas consegue um emprego numa escola falsificando suas qualificações. Hye Ji, que nunca quis trabalhar, é descoberta por um olheiro e vira uma atriz famosa, mas tem que enfrentar as provações de uma novata. A crise dos 20 e poucos anos atinge a todas e deixa a amizade delas por um fio. Há outras subtramas na história, como o "romance" de Yoo Min e uma estranha amizade com uma garota que ela conheceu no colegial, um menino mais jovem que é apaixonado por Min Hee e o escândalo de Hye Ji.

       Obviamente, como isso é um filme, o final é relativamente feliz. Todo mundo encontrou uma estabilidade no caminho que seguiu mesmo que não esteja totalmente feliz, exceto por Yoo Min que termina o filme desempregada, o que não é ruim, já que leva um pouco de realidade ao filme. Mas pelo menos a amizade das 4 é renovada e permanece inabalável.

          Achei interessante fazer um review sobre esse filme, afinal também acabei de terminar a faculdade e me encontro na casa dos 20 e poucos anos. Me identifiquei um pouco com todas, menos Hye Ji, porque ela é a típica garota fútil e metida e é óbvio que eu não vou virar uma atriz mega famosa da noite para o dia. Aliás, por que o futuro mais brilhante teve que ser de uma garota como ela? No filme, até gosto dela, mas na vida real seria a típica garota que odiaria. Mas enfim... Me identifiquei com Soo Jin por causa da inveja que ela sente de Hye Ji, afinal sempre bate aquela inveja quando você vai checar seu amigo no facebook e descobre que ele agora é super bem-sucedido. E quem diz que não sente inveja está mentindo. Min Hee é mais parecida com o meu eu de antigamente, uma garota inocente, cheia de sonhos e expectativas. Já Yoo Min é mais parecida com o meu eu atual que, por mais que faça alguma coisa, parece que falta algo. Recomendo este filme a todos que acabaram de terminar a faculdade. Vale a pena! Não tem como não se identificar.

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